Nunca havia parado para pensar o quanto a cinqüenta anos atrás só tinha luz e televisão preto e branco. E o quanto é difícil para as pessoas da década de 60 lidarem com o termo 'tecnologia'. O meu texto hoje vai falar com propriedade do assunto.
Meu pai é das pessoas mais criativas e inteligentes que eu já tive o prazer de conhecer. E mesmo ele, no auge dos seus cinqüenta anos fica alucinado com a tecnologia. E isso me surpreende e me aguça a vontade de passar o conhecimento nessa área para ele.
Outro dia conversando sobre "Há cinquenta anos atrás" meu pai me disse que telefone era inimaginável e quando aconteceu era das coisas mais caras que se podia existir. Televisão colorida? Era pro vizinho rico. Computador? O que é mesmo isso?! Ipod? Celular? As transmissões, a transparência e a verdade dos telejornais não chegavam nessa 'velocidade da luz'.
Depois eu estava aqui sentada em frente ao computador conversando com alguns amigos distantes, pelo MSN, e chega meu pai: filha eu queria encontrar esse endereço aqui XXXXX mas eu liguei pro 102 e eles me deram o endereço errado. Dei uma singela gargalhada e disse: sente-se aí, vamos descobrir agora! Ele se animou todo. Em seguida baixei o google Earth, coloquei ele em frente ao PC e fui ensinando passo-a-passo, ele ficou surpreendido, maravilhado, alucinado! Achamos o endereço e ele foi contar pra minha mãe que tinha um satélite que por ele você via o mundo inteiro. Daí a alguns instantes chegam os dois: dá pra ver nossa casa? E a casa da vovó? Vamos ver? Eu quero ver se dá pra ver Paulo Afonso(cidade onde eu morava), eitaa olha lá, a ponte! Linda! E assim seguiram risos e surpresas ao longo de uma tarde.
Um tempo depois minha tia avó de 70 anos veio aqui em casa, ela me chamou no canto e me cochichou no ouvido: Maísa eu soube que aqui tem um negocio que dá pra ver a outra pessoa, é verdade? Eu segui dizendo: É sim tia, e não é roubado não, não precisa cochichar. Ela caiu na gargalhada. E fui lá fazer uma conexão com minha prima para mostrar a minha outra tia pra ela, ela saiu daqui alucinada, dizendo que queria morrer só daqui a 100 anos porque daqui a 100 anos iriam inventar um teletransporte, que nem nos filmes, disse ela. Mal sabe ela que isso está tão perto!
Lembro-me quando eu tinha oito anos e ganhei minha primeira maquina fotográfica, lembro que eu pedia dinheiro ao meu pai e ia comprar o filme para colocar na maquina, e lembro que eu comprava o filme de 30 fotos e tirava foto até da formiga que passava, e não revelava nenhuma, minha singela mesada de 10,00 não me permitia tanto luxo. Eu tirava o filme, colocava-o sobre a luz e ia ver as minhas artes. Quem é da década de 90 lembra das fotos dos aniversários? Os olhos fechados, sem querer, o cabelo assanhado, aquele primo chato que sempre colocava o chifre na sua cabeça e você só via quando revelava cerca de 8 dias depois. E quando a foto principal vinha cortada?
Nunca imaginei que ia pode tirar a foto e ver na mesma hora e se meu cabelo não ficou bom?! Apaga, ora bolas! Nunca mais colocaram pontas na minha cabeça, logo agora que tenho tantas (risos)! Agora nem precisa revelar, chego em casa pego o USB e já envio por e-mail de todos. Quanta facilidade!
Lembro a 4 ou 5 anos atrás quando eu ganhei meu primeiro celular com bluetooth, peraê Blue... o que moça? Bluetooth, com ele você pode trocar dados com outro aparelho. Ah, entendi - eu disse. Cheguei na escola toda animada : meu celular tem bluetohtothto, gente, meu celular tem bluethohtotu, o que é isso? E fui la explicar para aquela roda que se formou diante de mim. Então transmite aí alguma coisa pra mim, disse uma amiga. Ah, mas nem vai dá porque eu esqueci o cabo lá em casa! Morro de rir lembrando dessa historia, O Bluetooth com cabo!
Se vão inventar um teletransporte? Dá uma pesquisada. Depois da internet as pessoas querem tudo de graça né? rsrsrs
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Bjoquitas, Maísa :)
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